Adiantamento para despesas de viagens: como conter os riscos?
O que é a RFP: guia completo para construir uma requisição de proposta
A expectativa pela retomada das viagens corporativas aumenta à medida que a vacinação vai se completando no Brasil e, em parte do mundo, avançando bem. Atualmente, o turismo já dá as primeiras demonstrações de normalização, já que os índices internos de imunização são altos.
Dados da Mastercard Institute demonstram que os níveis de reserva de voos domésticos no Brasil chegam a 64% em comparação aos níveis pré-pandêmicos. Desses números, não dá para deixar de pensar que já há viagens corporativas sendo feitas. Apesar dos cuidados e restrições, a expectativa de normalizar o nível das viagens é alta.
Recentemente, Vivianne Martins, diretora na Academia de Viagens Corporativas, e Cibeli Oliveira, diretora de Travel e CX na Paytrack Tecnologia, discutiram em um evento ao vivo a retomada do turismo corporativo, as principais mudanças no cenário nacional e responderam à perguntas do público.
Neste conteúdo, continuaremos esse debate, inclusive, trazendo algumas percepções de Viviane e Cibeli. Acompanhe para entender melhor o cenário das viagens corporativas pós-pandemia.
Tópicos do conteúdo Paytrack
Esta é a pergunta de R$ 1 milhão de reais! Diversos estudiosos procuram estimar a data do ‘day one’, o dia em que as viagens corporativas retomarão oficialmente, no entanto esta previsão ainda é bastante nebulosa.
O que se pode ver por meio de dados, esses mostrados na introdução deste conteúdo, é que as viagens já estão acontecendo. As flexibilizações no Brasil são resultados de um plano de vacinação que visa reduzir internações e, principalmente, proteger pessoas dos estágios mais graves da COVID-19.
Especialistas do mercado já adiantam: a retomada vai acontecer de maneira gradativa, mas é uma realidade para um futuro próximo. Em um artigo de sua autoria, Cibeli Oliveira destaca um estudo da PwC que aponta uma percepção das companhias aéreas: 62% dessas empresas acreditam que o aumento das viagens corporativas será constante até 2023.
A imunização já é uma realidade no Brasil, uma vez que o país já aplica até mesmo a dose de reforço (terceira dose) em quem está enquadrado no calendário. Por isso, Vivianne Martins acredita que até o fim de 2021 grande parte da população estará imunizada, o que vai gerar a retomada expressiva das viagens no último trimestre.
“Hoje, quando a gente conversa com o cliente corporativo, a gente sente que já existe uma retomada, com muito cuidado. as empresas têm realmente muito cuidado com este viajante corporativo, para que ele esteja seguro, mas vemos um aumento de 5 à 10% [das viagens] por mês, nos últimos três meses.” declarou Vivianne.
O mercado de viagens mundial encolheu com a pandemia. Mais de 50 mil empresas de turismo fecharam, inúmeras aeronaves foram tiradas de circulação e a malha aérea foi reduzida. Tudo isso somado ao avanço do turismo de lazer faz com que a demanda seja maior que a oferta de serviços neste momento.
Este cenário afeta diretamente o cliente corporativo, uma vez que a demanda maior que a oferta eleva os valores dos serviços, o que já pode ser sentido pelas empresas. Além disso, mais que busca pelos melhores preços, neste momento a disputa é pela disponibilidade de assentos nos aviões e quartos nos hotéis.
“A demanda e a oferta já são uma questão para o corporativo também, porque os preços já estão subindo. e, a gente vai ter uma briga pela disponibilidade, [a questão] não é por quanto eu vou conseguir um assento, é ‘será que eu vou conseguir um assento?’ “, ressaltou Vivianne sobre o tema.
Essa alta nos preços também tem outras origens, não sendo causada somente pela relação oferta e demanda. Com a alta do dólar e a alta do petróleo, há também impactos diretos nos preços dos bilhetes aéreos.
Por conta disso, vai ser importante que gestores e executivos de empresas tenham maior rigidez e adaptem as políticas de reembolso e de viagens corporativas, ao menos momentaneamente.
“Além de revisitar a política de viagens, reembolsos e deslocamentos, caberá aos gestores e executivos em campo utilizar de meios digitais e estratégicos a fim de garantir controle sobre o processo. Mais do que nunca, a pesquisa de fornecedores, comparação de custos e fatores de custo-benefício (antecedência X custo de passagem, por exemplo) serão fundamentais para um controle orçamentário eficiente”, destaca Cibeli.
Tudo ainda é muito novo dentro da ideia de “novo normal”. A verdade é que o mundo não será mais o mesmo depois da pandemia e isso vai afetar absolutamente tudo, inclusive, as regras de embarque, compra de passagens e exigências em relação a vacinas e qualificação de saúde para viajantes.
Por parte das empresas, saber se adaptar a essa realidade é algo visto como urgente. Naturalmente, só o tempo irá dizer o quanto novas mudanças vão exigir preparo e adequação. Por hora, é fundamental manter o foco em duas questões principais: capacidade de adaptação a possíveis novas exigências e manter o time responsável atualizado.
Ainda que já possamos vislumbrar uma retomada, o futuro continua incerto. Variantes da Covid ainda causam preocupação, uma vez que não há como saber se surgirão novas cepas. Por isso, a flexibilidade da política de viagens, na compra dos tickets aéreos e reservas de hotéis, é tão importante.
Políticas de viagens flexíveis permitem que a empresa se adeque às mudanças constantes que o cenário imprevisível traz. Além disso, tarifas flexíveis proporcionam melhores condições para o cancelamento e remarcação de voos e hospedagens, o que reduz custos extras caso o viajante seja infectado e precise desmarcar uma viagem a trabalho.
Vivianne destacou que as políticas altamente flexíveis são essenciais para este momento de transição e expectativa da retomada, tão logo o cenário se estabilize, gestores e empresas poderão optar por mantê-las ou reestruturá-las.
Cada país, região e continente vai colocar suas próprias regras acerca dos deslocamentos de pessoas para esses lugares. Independentemente se as fronteiras são cruzadas por turismo ou trabalho, o que importa é a saúde da população local e também de quem está chegando naquele local.
Portanto, gestores não podem tomar como exemplo apenas o cenário nacional. A vacinação devidamente estabilizada, resultando em imunização ampla, não é a realidade de outros países. Até mesmo as viagens internas têm regras que podem mudar de acordo com o tempo, principalmente por causa das variantes.
É importante entender que essas prováveis mudanças que acontecerão vão gerar impactos logísticos e exigir organização financeira, o que não pode ser ignorado pelas empresas.
Vivianne chamou a atenção para que gestores de viagens tomem cuidado ao comparar de forma equivocada diferentes tipos de fornecedores de serviços para gestão de viagens.
É preciso considerar qual a real necessidade da empresa e do viajante, além de buscar o máximo de informações sobre cada um dos seus fornecedores, sejam eles de tecnologia, TMCs ou serviços de viagem.
“Algumas empresas e gestores estão misturando isso. Estão colocando uma Travel Tech versus uma TMC versus uma empresa de tecnologia, não é assim! Qual é a competência, o que você precisa? Faça um RFI, Request for Information, é super necessário nesse momento. Se informe, conheça as empresas, chame cada uma , peça uma apresentação, não de PowerPoint! Pede para ver o sistema, pede para ver o serviço, peça para ver os clientes e converse com outros clientes.” destaca Vivianne Martins.
A automação na busca por fornecedores é um recurso que precisa ser utilizado a fim de tornar a decisão melhor embasada. Por isso, um sistema de gestão de viagens faz todo o trabalho parecer mais fácil, tanto para colaboradores quanto para o setor responsável dentro da empresa.
Nessas soluções, é possível comparar preços dentro do mesmo ambiente digital, o que facilita a tarefa de trazer maior certeza em relação a quem tem a melhor oferta. Essas soluções se conectam com os principais fornecedores do mercado, o que garante uma economia muito interessante.
É possível contratar os principais serviços relacionados a viagens corporativas, como aéreos, hospedagem, veículos, entre outros. Além disso, é possível controlar a fatura de cartões corporativos nessas plataformas, facilitando o cruzamento de informações e a conciliação. Em resumo, tudo que é necessário em viagens corporativas pode ser solucionado nesses softwares.
A retomada das viagens corporativas é um assunto importante e que deve estar sempre sob o radar das empresas que têm essa demanda como parte de suas rotinas. A expectativa é boa, mas o otimismo deve vir acompanhado de capacidade de adaptação.
Precisa melhorar a gestão de viagens da sua empresa? Entre em contato com nossos especialistas!