Independentemente do segmento de atuação ou tamanho da sua empresa, se você é um profissional que atua na área financeira, é preciso acompanhar não só o que acontece internamente, mas também o cenário econômico no Brasil e no mundo, não é mesmo? Ficar de olho nas perspectivas econômicas dentro do cenário no país e em todo o mundo se torna fundamental.
Afinal, o cenário econômico significa o que para a sua realidade? Quais são os impactos do que está acontecendo no dia a dia da sua empresa e, mais importante, como se preparar? Que tal tirar essas dúvidas? Saiba o que foi falado em uma conversa entre Daniele Amaro, CEO Paytrack, Constantin Jancsó, economista sênior do Banco Bradesco, Martin Brandt, diretor de CSC na Kothe S/A, e Daniel Almeida, gerente Corporativo da LATAM Airlines.
Além disso, preparamos um
infográfico com os principais insights sobre as tendências econômicas para 2022. Confira aqui!
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Qual é o cenário econômico para 2022?
Antes de fazer uma gestão interna, é preciso compreender mais sobre o que está acontecendo no cenário nacional e internacional. Por isso, a abertura da conversa foi feita por Constantin Jancsó, economista sênior do Banco Bradesco, que falou um pouco sobre as perspectivas para o ano de 2022.
“A gente acabou de sair com uma série de revisões no cenário econômico para 2022 e o principal ponto foi a redução na projeção de crescimento para o ano que vem. Caiu de 1,8% para 1,6%, mas os últimos dados têm apontado para essa desaceleração, para um crescimento ainda mais baixo, não tão diferente das médias dos anos antes da pandemia, mas uma redução”.
Dentro desse contexto, é necessário entender o que está impactando nessa desaceleração. Constantin destaca que a inflação, não só no Brasil, mas também na Europa, Ásia e Estados Unidos é um tema relevante. Além disso, os problemas na cadeia de suprimento e os choques no preço de energia são outros pontos que devem ser analisados com cautela. Entender, por exemplo, como as mudanças na China impactam a realidade por aqui.
“A redução do crescimento chinês, com uma mudança estrutural no padrão de crescimento da China, que sempre tinha taxas robustas de crescimento, acabou se tornando um fator importante para o Brasil e o país precisa lidar com a economia chinesa crescendo cada vez menos, focando mais um desenvolvimento pautado pela qualidade e sustentabilidade“.
Apesar de ser um tema importante, Constantin destacou que o patamar historicamente elevado da inflação não é um fator apenas no Brasil. E um dos fatores que precisa ser considerado é que o Banco Central brasileiro foi um dos primeiros a estruturar a sua política monetária para o cenário. Mesmo assim, ele acredita em um momento de recuperação da economia no país.
“Com o avanço do processo de vacinação por aqui e a reabertura da atividade econômica no país, pode se estabelecer uma trajetória de recuperação e a retomada pós-pandemia está realmente ganhando tração”.
Mas e para 2022? O que esperar dentro desse cenário? De acordo com Constantin, os números devem continuar em um patamar razoável, mas com a redução do desemprego e o aumento no número de pessoas contratadas no país. Apesar disso, a entrada para 2022 é vista com certa desconfiança pelo mercado, além dos três fatores de risco: crise hidrológica, fiscal e as incertezas eleitorais.
Outro ponto importante citado por Constantin é em relação ao câmbio. Como se trata de um ano eleitoral, a volatilidade é esperada, mas sem fortes mudanças, já que o patamar atual já é de bastante depreciação do real. O PIB também já indica a retomada, mas com uma expectativa de estabilização para 2022.
Como as empresas devem se planejar para o cenário econômico em 2022?
Ainda segundo Constantin, os fatores listados acima devem segurar um pouco dos investimentos no mercado em 2022.
“Uma característica para o ano que vem, por ser um ano eleitoral, é que as empresas segurem um pouco a parte de investimento. É natural preferir não fazer os grandes comprometimentos até ter um entendimento mais claro das regras e estratégias políticas. Não significa que o investimento vai parar, mas vai ter uma postura de aguardar alguns indicadores e, por isso, a expectativa é de um crescimento mais tímido das empresas”.
Por conta disso, de acordo com Martin Otto Brandt, diretor de CSC na Kothe S/A, é preciso ainda mais cautela no planejamento e orçamento para 2022.
“É necessário montar a estrutura de revisão de planejamento estratégico e de orçamento. Além disso, entender que as crises acontecem e fazem parte é ainda mais importante. A partir disso, é preciso responder algumas perguntas, como se a sua empresa está realmente preparada para os cenários mais adversos e como o crescimento vai ser feito de maneira sustentável dentro desse contexto”.
Sem essa organização, Martin destaca que as chances de sucesso de uma empresa reduzem bastante.
“O planejamento é muito importante, uma empresa que não faz precisa se preparar. É importante olhar para medidas internas de geração de valor, para cada área analisar os seus processos, especialmente finanças, vendas e recursos humanos, para entender o que pode ser feito no curto prazo para resultar em uma melhoria nos resultados financeiros, ainda mais com algumas incertezas no ar”.
Essa necessidade por maior planejamento e a retomada de algumas atividades resultam no crescimento das viagens corporativas. Por mais que a aviação tenha sido um setor bastante afetado durante a pandemia, o segmento já está se recuperando, segundo Daniel Almeida.
“Hoje é um novo cenário, uma retomada muito acelerada, alcançando patamares próximos do período pré-pandemia dentro dos voos domésticos, apesar de que os voos internacionais ainda estejam um pouco abaixo. Para 2022, a expectativa é de aumento de 130% no total de assentos vendidos no período pré-pandemia. Para o contexto nacional e fechar o ano com 70% nos voos internacionais”.
O que as empresas precisam observar para 2022?
Segundo Martin, a geração de caixa é um dos principais indicadores a ser analisado pelas empresas. Afinal, é o que indica a capacidade da organização em pagar o que está se propondo a fazer, analisando realmente o seu desempenho. Mas ele ainda destaca que não pode ser o único indicador a ser observado e outros também precisam ser levados em consideração.
“A geração de caixa não pode ser analisada isoladamente. Índices como liquidez, inadimplência na carteira, estrutura de capital, share de mercado, receita líquida e lucro líquido também precisam ser analisados. Não à toa, fazem parte da realidade de planejamento da maioria das organizações que desejam melhores resultados nos próximos anos”.
Além disso, Daniel destaca que as empresas precisam encontrar parcerias e conhecimento em outros locais, contribuindo para um crescimento sustentável e ainda mais positivo para 2022.
“Não existe melhor alternativa do que a busca por parcerias estratégias para sairmos juntos dessa crise”.
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