A variação cambial representa as oscilações nas taxas de câmbio entre diferentes moedas ao longo do tempo.
Para empresas que operam no mercado internacional, essas flutuações podem impactar significativamente o planejamento financeiro, desde viagens corporativas até contratos com fornecedores estrangeiros.
Por isso, compreender o que é variação cambial e seus efeitos práticos pode ser fundamental para controlar riscos e manter a previsibilidade orçamentária de uma empresa.
Afinal de contas, as oscilações cambiais não são apenas números abstratos, elas afetam diretamente o resultado das empresas e podem transformar um investimento lucrativo em prejuízo.
Neste guia, você descobrirá o que é variação cambial, quais os impactos disso nos resultados da empresa e, principalmente, quais estratégias e ferramentas podem reduzir os riscos cambiais.
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O que é variação cambial?
Em linhas gerais, variação cambial é a diferença entre o valor de uma moeda em relação a outra em diferentes momentos.
Quando você converte reais em dólares hoje e depois reconverte dólares em reais amanhã, a diferença de valor representa a variação cambial.
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Por que a variação cambial acontece?
Essa oscilação acontece por diversos fatores econômicos e políticos. A oferta e demanda por moedas no mercado internacional influencia diretamente as cotações.
Isso significa que países com maior estabilidade econômica e política tendem a ter moedas mais valorizadas.
De forma geral, os principais fatores que causam variação cambial incluem:
- Políticas monetárias dos bancos centrais
- Inflação e crescimento econômico dos países
- Fluxo de investimentos estrangeiros
- Eventos políticos e geopolíticos
- Balança comercial (exportações e importações)
- Especulação nos mercados financeiros
A variação cambial pode ser ativa ou passiva. A variação ativa ocorre quando a empresa deliberadamente mantém posições em moeda estrangeira para obter ganhos cambiais.
Já a variação passiva resulta das operações normais da empresa, como pagamentos a fornecedores internacionais.
Qual é a diferença entre câmbio comercial e câmbio de turismo?
As principais diferenças entre câmbio comercial e câmbio de turismo é a situação em que são usados e, por consequência, a cotação.
Usa-se o câmbio comercial para operações empresariais, como pagamentos de importações, exportações e transferências comerciais. Suas cotações são mais favoráveis e refletem o mercado interbancário.
O câmbio turismo, por outro lado, destina-se a pessoas físicas para viagens e pequenas operações. Historicamente apresenta cotações menos favoráveis que o câmbio comercial.
Além disso, para viagens corporativas, muitas empresas usam cartões empresariais que aplicam taxas próximas ao câmbio comercial, oferecendo melhor custo-benefício que o câmbio turismo tradicional.
A diferença entre essas modalidades pode representar economia significativa. Em uma despesa de US$ 10.000, a diferença entre câmbio comercial e turismo pode superar R$500.
Impactos da variação cambial no planejamento financeiro
A variação cambial afeta diretamente o planejamento financeiro da empresa ao criar incertezas sobre valores futuros de receitas e despesas em moeda estrangeira.
No aspecto contábil, as empresas devem reconhecer variações cambiais no resultado quando possuem ativos ou passivos em moeda estrangeira.
Então, essas variações podem impactar significativamente o EBITDA e o resultado líquido.
Para o planejamento orçamentário, a volatilidade cambial dificulta projeções precisas. Uma empresa que orça US$ 100.000 em despesas internacionais pode ter variações de 10% a 20% no valor em reais, dependendo das oscilações do dólar.
Os impactos mais comuns incluem:
- Desalinhamento entre receitas e despesas em diferentes moedas
- Necessidade de provisões para variações cambiais negativas
- Complexidade no controle de margem de produtos importados
- Dificuldade na precificação de serviços internacionais
- Impacto no fluxo de caixa projetado
Nesse cenário, empresas exportadoras se beneficiam da desvalorização do real, enquanto importadoras sofrem com esse movimento. O contrário acontece quando o real se valoriza.
Como a variação cambial afeta viagens e despesas em dólar?
As viagens corporativas são especialmente vulneráveis à variação cambial, já que envolvem múltiplas transações em moeda estrangeira ao longo do tempo.
Quando uma pessoa colaboradora recebe adiantamento para viagem, a empresa converte reais em dólares na cotação do dia.
No entanto, os gastos acontecem ao longo da viagem e a prestação de contas pode acontecer semanas depois. Ou seja, todos esses momentos podem ter cotações diferentes.
É só pensar, por exemplo, em uma empresa que aprova um adiantamento de US$ 2.000 quando o dólar está a R$ 5,20. Assim, o colaborador recebe R$ 10.400.
Durante a viagem, o dólar sobe para R$ 5,50. Na prestação de contas, os US$ 2.000 gastos equivalem a R$ 11.000. Quer dizer, a diferença é de R$ 600.
Os principais pontos de impacto da variação cambial em viagens compreendem:
- Adiantamentos em moeda estrangeira
- Uso de cartão corporativo no exterior
- Reembolsos de despesas em dólar
- Conversão de notas fiscais internacionais
- Reconciliação de extratos de cartão
Para controlar esses impactos, as empresas podem estabelecer políticas de câmbio, como fixar cotações por período ou utilizar ferramentas que automatizam a conversão com base em cotações oficiais.
Exemplos práticos de impacto da oscilação cambial
Veja algumas situações práticas em que uma pequena variação cambial trouxe impactos significativos no resultado da empresa:
Caso 1: viagem corporativa
É só pensar, por exemplo, no caso de uma empresa de tecnologia que está enviando seu diretor para uma feira nos EUA.
O orçamento aprovado é de US$ 5.000 com dólar a R$ 5,10 (R$ 25.500). Durante a viagem, questões geopolíticas fazem o dólar subir para R$ 5,40.
Ou seja, na conversão final, os gastos reais de US$ 4.800 equivalem a R$ 25.920, superando o orçamento em R$ 420, mesmo gastando menos em dólares.
Caso 2: reembolso de despesas
Em um outro exemplo de um funcionário que gastou US$ 800 em hotel durante viagem.
Na data do gasto, o dólar estava a R$ 5,15. No entanto, na prestação de contas, 15 dias depois, o dólar está a R$ 5,35.
Quer dizer, a empresa deve reembolsar R$ 4.280 (cotação da prestação de contas) por gastos que custaram efetivamente R$ 4.120 (cotação original), gerando diferença de R$ 160.
Estratégias para reduzir riscos cambiais
A gestão do risco cambial pode envolver diversas estratégias. É possível, inclusive, combiná-las conforme o perfil e necessidades da empresa.
Hedge Cambial
O hedge cambial é uma operação financeira que protege a empresa contra variações adversas de câmbio. Através de contratos futuros, a empresa “trava” uma cotação futura.
Então, por exemplo, uma empresa que sabe que pagará US$ 50.000 em três meses, pode contratar um hedge para fixar a cotação atual, eliminando o risco de alta do dólar.
Diversificação de moedas
Empresas que operam em múltiplos países podem diversificar exposições cambiais. Receitas em euro podem compensar despesas em dólar quando essas moedas têm movimentos contrários.
Netear posições
Consolidar posições ativas e passivas na mesma moeda reduz a exposição líquida. Sendo assim, se uma empresa tem contas a receber e a pagar em dólar, pode compensar parcialmente os riscos.
Política de repasse
Algumas empresas estabelecem cláusulas de repasse cambial em contratos, transferindo o risco para clientes ou fornecedores.
Ferramentas para controlar gastos em moeda estrangeira
O controle efetivo de gastos em moeda estrangeira pode contar com o apoio de ferramentas que oferecem visibilidade e automação de processos.
Em viagens corporativas internacionais, a Paytrack é uma aliada na gestão de despesas corporativas, ao oferecer controle e previsibilidade sobre os gastos internacionais, através de:
- Categorização automática por moeda
- Relatórios de exposição cambial por período
- Conciliação automática faturas internacionais
- Controle de limites por colaborador e projeto
Outras ferramentas importantes incluem:
- APIs de cotação em tempo real
- Sistemas ERP com módulos cambiais
- Plataformas de hedge automatizado
- Cartões corporativos com câmbio preferencial
Pois a integração dessas ferramentas proporciona visão completa da exposição cambial e facilita a tomada de decisões baseadas em dados precisos.
Considerações finais
De fato, a variação cambial é uma realidade inevitável para empresas que operam no mercado internacional.
No entanto, com conhecimento adequado e ferramentas apropriadas, é possível transformar esse desafio em oportunidade competitiva.
O controle efetivo passa pela compreensão dos mecanismos cambiais, implementação de estratégias de proteção e uso de tecnologias que ofereçam visibilidade completa sobre exposições em moeda estrangeira.
Empresas que dominam a gestão cambial conseguem planejar com maior precisão, reduzir volatilidade nos resultados e tomar decisões mais assertivas sobre investimentos internacionais.
Então se você procura por maior controle e previsibilidade sobre gastos de viagens corporativas internacionais, conte com a Paytrack e nosso suporte automatizado e sempre disponível: 24 horas e 7 dias por semana sem custo adicional.