O que é compensação de carbono?
Empresas passam bastante tempo preocupadas com seus resultados financeiros. Afinal, se eles estão bons, é sinal de que as coisas estão fluindo como deveriam. A questão é que, há algum tempo, companhias de diversos setores precisam lidar com exigências mais abrangentes sobre o que oferecem. A compensação de carbono é uma entre essas.
Não basta ter só um bom produto ou serviço. Se a empresa não se comprometer com causas sociais e ambientais e criar um bom impacto, o consumidor pode rejeitá-la. Um dos problemas que mais afetam o planeta é a emissão de gases na atmosfera. Para lidar com isso, grandes companhias ao redor do mundo têm investido na compensação de carbono.
Mas o que é, de fato, compensar estas emissões? O trabalho começa em mudanças de práticas e se estende aos investimentos em prol do meio-ambiente. Neste post, explicamos melhor o que é essa prática e como ela se relaciona com as viagens corporativas. Acompanhe!
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O que é a compensação de carbono para as empresas?
A compensação de carbono é um movimento que pode ser adotado por países, organizações e empresas com o objetivo de ter uma atuação mais sustentável.
O consumo de recursos naturais para a realização de atividades produtivas variadas gera uma intensa emissão de gás carbônico da atmosfera. Portanto, na tentativa de fazer uma contrapartida a isso, a compensação de carbono visa neutralizar essas emissões de forma gradativa.
Quando os meios de minimização de geração de gases de efeito estufa não são suficientes para eliminar a emissão de CO2 na atmosfera, empresas e países podem optar por compensar as emissões residuais por meio do mercado de carbono.
Existem hoje organizações responsáveis por trabalhar com a compensação de carbono. Essas instituições atuam com um sistema de créditos onde empresas mais poluentes podem comprar esse crédito como uma forma de estimular a compensação.
Cada crédito é transformado em investimentos para ações de compensação como reflorestamento, preservação ambiental e geração de energia limpa. O objetivo é construir mecanismos e projetos que trabalhem para compensar de maneira eficaz o gás carbônico na atmosfera.
Qual é a relação da compensação de carbono com ESG?
ESG é uma iniciativa que empresas adotam para se tornarem mais sustentáveis e conseguirem exercer práticas mais positivas em três pilares: ambiental (Environmental), social (Social) e governança (Governance).
Uma empresa que adere ao ESG é aquela que consegue se adequar às três perspectivas. Ou seja, conseguem adotar práticas que contribuem para serem mais amigáveis com o meio-ambiente, gerarem impacto social positivo e terem uma governança capaz de fiscalizar e incentivar boas práticas.
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Hoje, companhias que se enquadram nessa ideia de ESG estão mais bem colocadas no mercado. A tendência é que essa classificação positiva gere benefícios como valorização da imagem no mercado, melhor avaliação por parte do público e captação de investimentos facilitada.
Cada ação positiva nesses três pilares executados pela empresa rende a ela selos de classificação. Quanto mais deles uma companhia tiver, melhor ela estará posicionada diante do mercado. Por isso, em meio às possibilidades existentes, não há dúvidas de que a compensação de carbono é uma das mais relevantes.
Portanto, empresas que adquirem créditos de carbono, ou seja, investem em iniciativas que trabalham para compensar a emissão de gás carbônico na atmosfera, se enquadram nos parâmetros de ESG.
Qual é o impacto das viagens corporativas no meio-ambiente?
A compensação de carbono é um trabalho que não se limita à aquisição de créditos de carbono. O grande erro que muitas empresas cometem é acreditar que basta investir para garantir que sejam vistas como corporações que focam em sustentabilidade. O trabalho é mais profundo e passa também pela redução de emissão de gases.
Empresas que têm uma atuação focada em serviços, ou seja, não produzem produtos físicos, não tem uma emissão de poluentes diretamente relacionada às suas atividades. Ainda assim, algumas de suas práticas podem ser prejudiciais ao meio-ambiente. Uma das mais relevantes e recorrentes é, sem dúvidas, as viagens corporativas.
O transporte aéreo é responsável por cerca de 13% das emissões de poluentes do transporte. A matemática é simples: quanto mais viagens corporativas sua empresa faz, mais ela contribui para a emissão de poluentes. Portanto, antes de pensar em compensação de carbono, é necessário estudar novos hábitos.
Pandemia pode ser ensaio para legado ecológico
Forçadamente, o número de viagens corporativas teve uma redução marcante durante o período da pandemia da covid-19. As restrições de voos fizeram com que empresas desmarcassem todos os deslocamentos planejados. As reuniões presenciais tão necessárias precisaram ser feitas remotamente.
Com as emissões de gases de avião sendo as principais em relação a viagens corporativas, o ano de 2020 trouxe uma trégua importante. No ano, houve uma queda de 75% da emissão provenientes de voos. Uma das empresas que mais se destacam nesse sentido, a Salesforce, viu seu volume de emissão cair em 86% no mesmo ano.
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O grande desafio é, a longo prazo, conseguir manter números mais baixos, como os vistos em um ano totalmente atípico na história da humanidade. O contexto pandêmico colocou um holofote sobre questões de sustentabilidade e impacto social.
Agora, para as viagens corporativas, a grande questão é: os critérios de aprovação das viagens corporativas na sua empresa consideram o impacto ambiental? Compreender quais as viagens essenciais para o seu negócio é parte essencial da priorização do meio ambiente na gestão de viagens corporativas. Possíveis soluções requerem esforços das empresas.
O ano de 2020 forçou ainda mais um olhar rigoroso sobre o impacto das viagens corporativas na emissão de carbono. Ou seja, é preciso trabalhar para reduzir as emissões referentes a esses deslocamentos. Algumas boas estratégias podem funcionar, podemos destacar algumas como:
- Trocar o modal de transporte para trens sempre que possível;
- Optar por empresas aéreas que tenham aviões mais novos, uma vez que a emissão de poluentes é reduzida nesses casos;
- Optar por voos diretos, ainda que eles custem mais para as empresas (em compensação, o número de voos, e o de emissão, é reduzido);
- Adaptar de forma estratégica reuniões ao modelo remoto;
- Dar preferência a companhias aéreas que utilizam combustíveis aéreos sustentáveis e ou com programas de compensação.
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A compensação de carbono é uma questão importante e que deve ser vista como um compromisso por parte das empresas. É importante trabalhar de maneira ativa para adaptar práticas e reduzir a emissão de gases. Indiscutivelmente, isso passa pela redução e replanejamento de voos corporativos.
Por isso, o mais recomendável é ter uma força de trabalho focada em aplicar o ESG nas viagens corporativas. Saiba mais sobre como fazer isso!